segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

(...)

E eu estava lá sentada, admirando a apatia da noite, gatos atrevidos sob as telhas, vento uivando baixo, alguns murmúrios dos grilos desolados... Na cabeça, desenhos doentios de uma solidão inexistente... No corpo, a irritante falta de atitude. Eu desacostumei a noites silenciosas e o brilho natural da lua não surta mais efeito sob minha pele, nem preenchem os espaços vazios do meu olhar. O complemento se faz ausente, quem sabe conversando em alguma mesa de um bar de esquina, quem sabe ouvindo aquele velho CD, quem sabe gastando pensamentos com meus sorrisos. Eu já não penso nisso. Aliás, eu já não penso em nada – eu temo as respostas. Algum descaso posto à mesa me convence a ir embora, sem malas, sem rumo... deixando num embrulho vermelho a saudade, pra que assim, eu me faça presente - ainda que através da ausência. Não me sinto tão útil por perto. Mas no céu não há marcas de estrelas, não há luz, não há caminhos e eu ainda carrego no corpo vestes de apatia e resquícios de falsos abraços. Amanhã talvez haja motivos...

Eu preciso dizer que estou de TPM? :D