quinta-feira, 23 de junho de 2011

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Eu já tinha atravessado a linha do perigo, todas as convenções e barreiras impostas por mim vieram ao chão e eu? eu ria... Aquela música cassoava dos meus valores e me fazia entrar num balançar frenético que eu já não controlava. Você me olhava. Eu adorava aquilo. Você chegava perto, eu recuava. Você insistia, eu te doava um sorriso carregado de malícia que você conhecia bem. E no ritmo da música, você - como sempre fazia - me convenceu a ir além. Seus lábios eram doces, eram meus - ali, eram inteiramente meus. Minha pele ardia a cada toque, seu corpo colidia contra o meu num desejo violento. Eu te queria tanto quanto você me quis, tanto quanto você me quer. Agora nossas respirações eram o único ruído audível, as tantas palavras sussuradas por você ao meu ouvido se perdiam dentro de mim, eu era incapaz de seguir qualquer lógica, meu corpo só respondia a nós, a nada mais. Eu não deveria, aliás, nós não deveríamos. Era tarde pra pensar, a satisfação uniu-se ao cansaço e eu adormeci ali nos seus braços envoltos de ilusão. Será este mais um dos erros descritos no meu diario insano, transcrito com a vontade e os gemidos, com o arrependimento que eu não senti, com as palavras desconexas baseadas num sábado a noite, numas taças de vinho e no que você não deveria ser...



"Me mata essa vontade de querer tomar você num gole só ♪"
(A inspiração pra essas palavras aleatórias acima - Digitais/ Isabela Taviani)